Messias de Duna: tão bom quanto o primeiro?

Messias de Duna: tão bom quanto o primeiro?

Messias de Duna, de Frank Herbert, é a continuação de Duna e marca o fim da jornada de Paul Atreides, o herói que derrubou o imperador Shaddam IV da Casa Corrino e trouxe o Jihad de Muad'Dib, a guerra religiosa que se espalhou por todo o universo. Se você ainda não leu o primeiro livro, recomendo que confira meu artigo sobre ele aqui. E se preferir assistir a um vídeo bastante aprofundado sobre Messias de Duna, você pode encontrá-lo neste link. Vamos então explorar os acontecimentos deste segundo livro da saga, com alguns spoilers à frente.

Passaram-se cerca de uma década desde os eventos de Duna, e o Jihad chegou ao fim. O universo tornou-se homogêneo sob o domínio de Paul Muad'Dib Atreides, agora Imperador. No entanto, sua autoridade é contestada por diversos grupos e uma conspiração se forma, envolvendo figuras-chave: Scytale, um dançarino facial Tleilaxu; Helem Gaius Mohiam, uma Reverenda Madre Bene Gesserit, retornando do primeiro livro; Edric, um navegador da Guilda; e Irulan, esposa Corrino de Paul. Juntos, eles elaboram um plano para derrubar o imperador, e os acontecimentos vão se desenrolando ao longo do livro.

A conspiração, no entanto, começa a se fragmentar. Paul, com suas habilidades prescientes e sua sabedoria, consegue dividir e pacificar os conspiradores. No entanto, uma reviravolta acontece: Paul é cegado por uma explosão de um Queima-pedra, uma espécie de bomba nuclear usada de forma abundante contra os Fremen durante o Jihad. Embora cego, ele não perde suas habilidades visuais e continua a usar suas visões para guiar suas ações, assim concluindo seus objetivos.

Ao longo do livro, também descobrimos que alguns Fremen fazem parte da conspiração. Korba, líder do Qizarate, a organização religiosa que espalha a fé de Muad'Dib pelo Imperium, é revelado como traidor, tendo vendido um verme de areia do deserto para uma Casa Nobre e sendo responsável pelo Queima-pedra que cegou Paul. Contudo, essa venda é um fracasso, já que não existe outro lugar no universo tão seco e desértico quanto Arrakis, sendo assim impossível reproduzir os vermes de areia.

O clímax do livro ocorre quando Chani, a verdadeira esposa de Paul, dá à luz dois filhos, um menino e uma menina. Isso é um grande choque, pois Paul nunca havia previsto, em nenhuma de suas visões, que teria dois filhos. Apenas uma menina aparecia em suas visões prescientes. Esse evento leva Paul à cegueira total, perdendo sua presciência, o que o leva a seguir a tradição Fremen, caminhando em direção ao deserto, com a expectativa de que um verme de areia o conduza à morte.

Embora muitos considerem Messias de Duna um livro decepcionante, pelo menos de acordo com o que vi na internet, eu ainda o vejo como uma obra interessante, com ocorrências importantes de forma geral para a saga de Duna. Apesar de também ser o livro mais curto da série, com apenas 200 páginas, enquanto Duna tinha mais de 600, acho Messias de Duna um livro fundamental para quem esteja interessado na história completa dessa saga, pois, além de introduzir Ghanima e Leto II, acaba a história de seu pai, Paul Atreides.