Porcupine Tree: Discografia Ranqueada
- Jäger Gislon

- 2 de nov. de 2024
- 7 min de leitura
Atualizado: 30 de nov. de 2024
Porcupine Tree: Discografia Ranqueada

Porcupine Tree dispensa apresentações. Fundada em 1987 como uma espécie de “pegadinha” por Steven Wilson, a banda logo evoluiu para um projeto real, criando músicas que mergulham profundamente no rock progressivo, música atmosférica e rock psicodélico. Com o tempo, também incorporaram elementos de metal progressivo ao seu som. A seguir, apresento meu ranking pessoal dos álbuns lançados por essa banda extraordinária.
Número 12: The Incident

Lançado em 2009, The Incident não é um álbum ruim, mas considero-o o ponto mais fraco da discografia do Porcupine Tree. Assim como grande parte dos trabalhos da banda, é um concept album, mas sua mensagem não atinge o mesmo impacto dos melhores álbuns deles, nem sequer chega perto.
Entre as faixas, destaco algumas que realmente gosto, como Occam's Razor, The Blind House, a faixa-título The Incident e, acima de todas, Time Flies. Esta última é simplesmente incrível, destacando-se completamente do restante do álbum. É a única que me dá vontade de ouvir repetidamente, de voltar ao álbum para apenas ouvir ela, enquanto o resto das músicas parece se perder um pouco na tentativa de estabelecer algo mais profundo.
E, claro, preciso reclamar sobre Drawing the Line. Quem já ouviu essa sabe exatamente o que quero dizer. Fico surpreso que Steven Wilson e a banda tenham decidido lançá-la do jeito que está. O que passou pela cabeça deles no estúdio?
Número 11: On the Sunday of Life

Sendo o álbum de estreia da banda, lançado em 1991, e geralmente o menos favorito entre os fãs, On the Sunday of Life ainda assim traz faixas memoráveis e, sem dúvida, é superior ao 12º colocado no meu ranking.
Entre as músicas de destaque, temos Jupiter Island, uma faixa leve e divertida; The Nostalgia Factory e Radioactive Toy, esse segundo se tornou uma das favoritas do público nos shows ao vivo da banda; Nine Cats e Linton Samuel Dawson, ambas cativantes; e, para encerrar, It Will Rain for a Million Years, uma faixa extensa que fecha o álbum de maneira espetacular.
Adoro o som psicodélico presente neste lançamento. É curioso também lembrar que todos os instrumentos foram tocados por Steven Wilson, que na época era o único membro da banda, além de ser responsável por toda a produção do álbum.
Número 10: Up the Downstair

Lançado em 1993, o segundo álbum da banda deixa um pouco de lado o rock psicodélico do primeiro trabalho e segue uma direção mais voltada à música atmosférica. O som permanece consistente ao longo de sua duração, criando uma experiência mais imersiva, junto ao fato de que esse álbum tem apenas 4 músicas longas.
Minha faixa favorita é a primeira: What You Are Listening To... / Synesthesia / Monuments Burn Into Moments / Always Never (sim, tudo isso faz parte da primeira música, com quase 14 minutos de duração). Além dela, a última faixa também se destaca: Burning Sky / Fadeaway. O restante do álbum, embora interessante, carece de um pouco mais de impacto. Se essas duas músicas do meio do lançamento fossem mais memoráveis, este disco certamente estaria mais alto no ranking.
Número 9: Voyage 34

Pois é, Voyage 34 não é exatamente um álbum, mas material que originalmente faria parte de Up the Downstair. Curiosamente, como o ranking mostra, considero que esse "material deixado de lado" é até superior ao que acabou no produto final daquele álbum.
Lançado em 2000, Voyage 34 consiste em quatro faixas: Phase I, Phase II, Phase III, e Phase IV. Minhas preferidas são as duas primeiras músicas, especialmente Phase I, que estabelece o clima atmosférico e o tema da obra.
Se o resultado final de Up the Downstair tivesse incluído sua faixa inicial e final junto com as duas primeiras de Voyage 34, o álbum certamente estaria muito mais alto no ranking, possivelmente dentro até do top 5!
Número 8: Signify

Lançado em 1996, quando comecei a ouvir Porcupine Tree, por algum motivo achei que este era o primeiro álbum da banda, o que, claro, não é o caso. A capa é bem peculiar, assim como o som desse trabalho.
Este lançamento segue mais na linha do rock alternativo, com forte ênfase em experimentação e instrumentalização. As faixas que mais se destacam para mim são Signify, The Sleep of No Dreaming, Waiting Phase Two, Idiot Prayer, Intermediate Jesus e Dark Matter.
Talvez esse estilo distinto tenha contribuído para minha impressão inicial de que se tratava do primeiro álbum da banda. Considero este um disco sólido, sem uma faixa fraca, e a partir daqui, isso se torna uma marca constante nas próximas posições do ranking.
Número 7: CLOSURE/CONTINUATION

Lançado em 2022, o mais recente álbum da banda e uma completa surpresa, especialmente considerando que a banda já havia sido dissolvida. Pode-se dizer que se trata de um lançamento peculiar. Embora eu não tenha encontrado nenhuma música realmente ruim, há algumas que se destacam como mais fracas.
Para mim, as faixas que mais se destacam são Harridan, Rats Return, Dignity e Herd Culling. Algumas delas foram lançadas como singles, embora eu não tenha o hábito de ouvir singles, a menos que esteja muito hypado (estou apenas aguardando ansiosamente o novo álbum do Opeth).
No geral, não se trata de um lançamento ruim de forma qualquer, mas, quando comparado aos melhores trabalhos da banda, ele não chega a se igualar a eles. Além disso, a imagem de fundo da capa do álbum me lembra muito Half-Life 2 e, de certa forma, Cry of Fear, dois jogos que eu gosto muito.
Número 6: Lightbulb Sun

Lançado em 2000, este álbum apresenta um som que se inclina um pouco mais para o lado pop, acessível, mas essa mudança de direção de forma alguma compromete a qualidade do álbum ou as incríveis habilidades da banda.
Todas as faixas são incríveis. Eu poderia facilmente listar todas as músicas como faixas boas, mas vou destacar algumas que realmente se sobressaem: Shesmovedon, Hatesong, Russia On Ice e Feel So Low. Essas músicas, por si só, são motivos suficientes para você ouvir este álbum. Se você está interessado em explorar o som de Porcupine Tree e deseja começar por algo mais acessível, definitivamente recomendo que inicie sua jornada com este lançamento.
Número 5: Stupid Dream

Lançado em 1999, Stupid Dream se destaca por seu som melancólico e emocional. É um álbum que pode evocar sentimentos de alegria ou tristeza, dependendo da faixa que você está ouvindo e do seu estado de espírito no momento.
Entre as músicas que se destacam, temos Even Less, Pure Narcotic, Slave Called Shiver, Don't Hate Me, Tinto Brass e Stop Swimming. No entanto, é importante ressaltar que todas as faixas do álbum são emocionantes e memoráveis.
Falando sobre Even Less, há um trecho que lembra bastante a música Drawing the Line, do álbum The Incident, mas é apresentado de uma maneira que não soa tão desagradável quanto naquele álbum.
Número 4: In Absentia

Lançado em 2002, In Absentia é, pelo que vi na internet, o álbum preferido dos fãs de Porcupine Tree, e não é difícil entender por quê. Não só suas músicas são memoráveis, mas sua capa, com um design "assustador", é realmente impactante.
O álbum é composto por uma seleção de faixas que foram escolhidas de forma aleatória antes das sessões de gravação. Entre as músicas, há algumas que se destacam, como Trains, The Sound of Muzak, Gravity Eyelids e Strip The Soul, embora todas as outras músicas também sejam marcantes e dignas de atenção.
Musicalmente, In Absentia tem um som que se aproxima do metal progressivo, uma influência direta do trabalho que Steven Wilson realizou com a banda Opeth. Essa característica contribui significativamente para a minha apreciação do álbum. Se você também é fã de metal, pode ter certeza de que este lançamento não irá decepcioná-lo.
Número 3: Fear of a Blank Planet

Lançado em 2007, Fear of a Blank Planet é um álbum que com grande foco em seu conceito. Pode ser interpretado de duas maneiras: ou Steven Wilson estava frustrado com as crianças jogando Xbox, ou ele foi um verdadeiro visionário, antecipando os problemas que surgiriam em relação ao uso da internet pelas gerações futuras, algo que se tornaria evidente menos de duas décadas após seu lançamento.
Musicalmente, o álbum se aproxima da estrutura clássica do rock progressivo dos anos 70. Com apenas seis faixas, todas longas, destaca-se Anesthetize, que se tornou minha favorita do disco. Outras canções notáveis incluem Fear of a Blank Planet e Sleep Together, embora elas não alcancem a profundidade de Anesthetize.
Este álbum poderia facilmente ter se tornado meu favorito, não fosse o fato de a banda ter lançado outras obras que superaram este em grandiosidade.
Número 2: The Sky Moves Sideways

Lançado em 1995, The Sky Moves Sideways é um álbum simplesmente extraordinário. Resultante da fusão do rock progressivo com a música atmosférica, ele fez com que muitos fãs comparassem o Porcupine Tree ao Pink Floyd, a ponto de chamá-lo de o verdadeiro "Pink Floyd dos anos 90".
O álbum é composto por cinco faixas, e aprecio todas elas. No entanto, as que mais se destacam para mim são The Sky Moves Sideways Phase 1 e The Sky Moves Sideways Phase 2, que são as mais longas do disco. Como você pode perceber, tenho uma preferência por músicas longas, assim você já sabe o que eu penso de Tales from Topographic Oceans da banda Yes.
Embora a combinação de rock progressivo e música atmosférica neste álbum seja praticamente perfeita, há outro trabalho da banda que merece o título de melhor álbum já feito por eles. E por processo de eliminação, você já sabe qual é.
Número 1: Deadwing

Lançado em 2005, Deadwing é a verdadeira perfeição de álbum. Ele apresenta uma mistura impecável de rock progressivo e metal progressivo, com as faixas iniciais mais voltadas para o metal e as últimas explorando o rock de maneira mais pura.
As músicas que se destacam incluem Deadwing, Lazarus, Arriving Somewhere But Not Here, Open Car e Glass Arm Shattering. Embora eu pudesse mencionar todas as faixas, escolhi estas como as melhores. Entre essas músicas, a minha favorita ficaria entre Arriving Somewhere e Lazarus.
A capa do álbum é igualmente memorável e, curiosamente, o álbum tem uma atmosfera quase atemporal, como se fosse a trilha sonora de um filme de Denis Villeneuve. Vale ressaltar que este é um concept album baseado em um roteiro de um filme que nunca foi feito. Quem sabe Denis não poderia adaptá-lo para o cinema? Com certeza eu assistiria.
Sem dúvida, Deadwing é o melhor álbum já produzido pela banda. É possível que, daqui a alguns anos, eu retorne à discografia novamente, mas tenho a firme convicção de que esse será sempre o melhor trabalho do Porcupine Tree.




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