Intig: Discografia Ranqueada
- Jäger Gislon

- 24 de nov. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 24 de mai.
Intig: Discografia Ranqueada
A banda Intig foi muito importante no final da minha adolescência. Em um período difícil da minha vida, encontrei na sua música uma válvula de escape, e desde a primeira vez que ouvi, ela se tornou uma das minhas favoritas. Até hoje, continua sendo uma das melhores bandas que já conheci (apesar de que metade dos álbuns não goste muito, como veremos abaixo). Neste artigo, quero compartilhar minha opinião sobre os álbuns da banda e apresentar um ranking pessoal. Sem mais delongas, vamos começar!

Número 6: Dystymi

Dystymi é um álbum curioso. É o lançamento da banda mais voltado para o lado instrumental, mas também se distingue sonoramente do restante da discografia. Enquanto os outros álbuns tendem a ser mais orientados para o black metal atmosférico (com exceção do mais recente), Dystymi segue por uma direção oposta, mais próxima de um soft rock. Também, de acordo com o Spotify, parece ser um dos álbuns mais populares da banda.
É difícil explicar como me sinto em relação a esse álbum. Em termos emocionais e das músicas em si, considero-o o mais fraco da banda. Embora existam músicas boas, como In a Better Place e Falling, também há músicas que não me agradam, como Selvmordstanker, que acho muito forçada e difícil de me conectar. Minha apreciação pela banda não vem deste lançamento, mas, se você se interessou pela descrição, talvez Dystymi seja o álbum certo para você.
Número 5: Modfälld

Modfälld não é exatamente um álbum completo, mas sim um EP. Com apenas cinco músicas, é significativamente mais curto do que os outros lançamentos da banda. Ainda assim, decidi incluí-lo neste ranking porque considero superior a Dystymi.
Na minha visão, este é o trabalho da banda mais próximo das raízes do Black Metal que a influenciaram. Apesar disso, mesmo sendo um lançamento bastante emocional, não chega a figurar entre os meus favoritos. No entanto, comparado à posição anterior desta lista, ele certamente se destaca mais.
Número 4: Empty

Empty, o debut da banda, é provavelmente o lançamento mais alinhado ao gênero DSBM (Depressive Suicidal Black Metal). No entanto, pessoalmente, prefiro não categorizar o Intig como parte desse estilo. O DSBM, a meu ver, é um gênero musical muitas vezes invasivo e difícil de se conectar. Ele foca em ser deprimente por pura intenção, sem haver um motivo para ser deprimente, sem ser algo relacionável, enquanto o Intig, especialmente nos dois itens que aparecem à frente neste ranking, não soa forçado ou intrusivo como outras obras desse gênero.
Dito isso, Empty ainda apresenta alguns desses problemas. É um álbum que, em várias partes, acaba sendo difícil de se relacionar, algo que contrasta com os lançamentos que ocuparam as primeiras posições nesta lista. Mesmo assim, há músicas que se destacam, como I Wish I Wasn't Awake, Worthless Being, Pointless Existence e I Tried. Só pelos títulos, já é possível perceber o tom forçado que permeia esse trabalho, o que explica por que ele não está em uma posição mais alta no ranking.
Número 3: Utfryst

Utfryst foi, por muito tempo, o meu álbum favorito do Intig e também um dos meus álbuns favoritos de todos os tempos, dentro do meu Top 5, e, em algumas ocasiões, até mesmo como número 1. Ele apresenta uma mistura equilibrada de soft rock em algumas partes, mas sua essência é majoritariamente voltada ao black metal atmosférico. Diferentemente dos lançamentos mencionados nas posições anteriores deste ranking, o tom emotivo e melancólico aqui não soa forçado, pelo contrário, ele é genuíno e extremamente fácil de se conectar, tornando-se muito mais relacionável.
As músicas que mais se destacam nesse álbum incluem a música-título Utfryst, Gossamer Dreams, Søvnløshed, In The Stream of Killing Everything e Life Wasted. Entre essas, Life Wasted é, na minha opinião, a mais marcante. Contudo, o álbum traz uma música particularmente curiosa que se diferencia de tudo o que a banda já fez: C17H27NO2. O título faz referência à fórmula química de um antidepressivo, e a música é um soft rock instrumental, memorável do início ao fim. Por muito tempo, essa música foi uma das minhas favoritas da banda.
Número 2: Vilsen

Lançado este ano, Vilsen é, sem dúvidas, um dos álbuns mais experimentais da banda, ao lado de Dystymi. Embora o black metal atmosférico ainda esteja presente em músicas como Saṃsāra e a música-título Vilsen, o álbum explora novas direções, abraçando o rock psicodélico em músicas como Ego Death e Psilocybin, além de incorporar elementos de soft rock em outras como Fragile e Hopp.
Entretanto, a música que mais se destaca é, sem sombra de dúvidas, Let Go. Trata-se de um instrumental com um título sugestivo, que convida o ouvinte a refletir: o que você deveria deixar para trás? É um álbum profundamente emocional e surpreendentemente fácil de se conectar, capaz de despertar sentimentos intensos.
Com este lançamento, acredito que a banda se superou por completo, não apenas em relação ao álbum anterior, mas também comparado aos primeiros passos de sua discografia.
Número 1: Utfryst (Instrumental & Bonus)

Mais recentemente a banda Intig lançou uma versão especial do Utfryst, onde temos algumas músicas bônus, versões diferentes daquelas já presentes no álbum, enquanto que temos também uma versão completa do próprio álbum apenas com os instrumentais. Acaba que ter apenas os instrumentos, sem os vocais, deixou esse álbum muito melhor do que já era, e, por resultado, acabou fazendo eu colocar ele como primeiro colocado. Até mesmo a arte é mais "iluminada", há uma clareza emotiva na música, apesar de ser uma obra deprimente, acaba que é um álbum muito bom e que recomendo você ouvir.




Comentários