Katatonia: Discografia Ranqueada
- Jäger Gislon
- 30 de nov. de 2024
- 9 min de leitura
Atualizado: 9 de jun.
Katatonia: Discografia Ranqueada
Katatonia é, sem dúvida, minha banda favorita. Faz alguns anos que acompanho o trabalho deles, e o que mais me cativou foram os temas abordados em suas músicas. A banda explora questões universais que qualquer pessoa pode enfretar: solidão, alienação, sofrimento, perda, depressão, vazio existencial, entre outros. Tudo isso é transmitido com uma carga emocional na música, mas sem soar forçado ou exagerado. Além disso, o som, que transita entre Doom Metal e Metal Progressivo, é outra coisa que gosto muito quando se trata de Katatonia. Dessa forma, lhes apresento Katatonia: Discografia Ranqueada!

Número 13: Dance of December Souls

O debut da banda, Dance of December Souls, é o único álbum de Katatonia que mistura Doom Metal com um som próximo ao Black Metal Atmosférico dos anos 90. Isso faz sentido, considerando que o Black Metal estava em alta na Noruega naquela época, e a Suécia, sua vizinha, também vivia um momento com músicas similares, embora mais voltadas ao Death Metal.
Quanto ao material presente neste lançamento, não considero ruim, mas, sem dúvida, é o menos memorável que já produziram. Minhas músicas favoritas são Gateways of Bereavement, Velvet Thorns (Of Drynwhyl), Tomb of Insomnia e Dancing December. Vale notar que, neste álbum, o tom emocional e relacionável que se tornaria marca registrada da banda ainda não está presente. Nessa fase inicial, Jonas Renkse e Anders Nyström, os dois membros que permaneceram na Katatonia desde o começo, ainda estavam descobrindo os rumos que a banda deveria tomar.
Para este ranking, também considerei o material do EP Jhva Elohim Meth. Destaco especialmente duas músicas: Midwinter Gates (Prologue) e Crimson Tears (Epilogue). Esta última, em particular, encerra o álbum de uma forma incrível!
Número 12: Night is the New Day

Night is the New Day, lançado em um período de transição entre o Rock Alternativo da década de 2000 e o Rock Progressivo que fizeram na década de 2010, é um álbum curioso na discografia do Katatonia. Durante essa época, Jonas Renkse enfrentava um bloqueio criativo após ter lançado o álbum mais popular da banda até então. Esse desafio se reflete na música, que pode soar um pouco sem direção, como se estivesse perdida, em alguns momentos.
Ainda assim, há muito o que apreciar nesse trabalho. A capa, por exemplo, é lindíssima, e o álbum conta com músicas divertidas, como The Longest Year, Onward into Battle, Nephilim, Departer, Ashen e Sold Heart.
Irei deixar algo claro: não considero nenhum álbum do Katatonia ruim. Porém, fora o debut, este é o que apresenta o material mais fraco, embora continue sendo um álbum muito bom, igual ao item anterior neste ranking.
Número 11: The Great Cold Distance

The Great Cold Distance continua sendo o álbum mais popular do Katatonia até hoje. Lançado antes de Night is the New Day, ele apresenta um som um pouco mais acessível, ideal para quem não está tão familiarizado com o estilo de Doom Metal e Rock Alternativo que a banda explorava na época. Talvez seja por isso que tantas pessoas já ouviram as músicas deste álbum. Se você já escutou Katatonia alguma vez, é bem provável que tenha sido uma música deste disco.
Para este ranking, estou considerando a versão de 10º aniversário do álbum, que inclui algumas músicas bônus e B-Sides anteriormente não lançados. Minhas músicas favoritas são: Leaders, Deliberation, My Twin, Rusted, Journey Through Pressure, Dissolving Bonds e Code Against the Code.
Apesar de ser o trabalho mais popular da banda, não considero este o melhor álbum que já fizeram. Ainda assim, é uma ótima introdução para quem deseja conhecer o som do Katatonia.
Número 10: Viva Emptiness

No caso de Viva Emptiness, também estou considerando a edição de 10º aniversário do álbum. Nessa versão, a produção é muito superior: os instrumentos soam mais claros, menos abafados, e a composição geral está mais refinada. Até a capa foi atualizada, antes mostrava uma menina, e agora, dez anos depois, ela aparece crescida, refletindo o tempo que passou.
As músicas que mais se destacam para mim são Ghost of The Sun, Sleeper, Criminals, Burn the Remembrance, Evidence, Wait Outside e Inside the City of Glass. Além disso, algo que torna este álbum ainda mais interessante é o fato de ser um álbum conceitual. Ele conta a história de um criminoso experiente que decide abandonar essa vida para ficar com sua família, mas acaba sendo assombrado pelos fantasmas de seu passado, antigos parceiros, memórias dos crimes que ele cometeu e as consequências de suas ações.
Embora seja um álbum muito bom, acredito que o Katatonia conseguiu se superar com outros trabalhos que aparecem mais adiante nesta lista.
Número 9: Nightmares as Extensions of the Waking State

Nightmares as Extensions of the Waking State é o álbum mais recente lançado pelo Katatonia. Talvez seja cedo demais para eu estar categorizando ele, por isso, essa posição a qual eu o coloquei esteja incorreta... Mas lá vamos nós.
Primeiro de tudo, gosto muito da arte, porém, eu diria que a arte é sim, a melhor parte desse álbum. No que se trata da música, ela parece mais "leve", menos intensa do que tudo o que a banda fez até hoje. Este é o álbum mais Post-Metal que a banda fez, mais até do que os lançamentos anteriores a este. Sinto que falta "força", por assim dizer, nesse álbum, e por isso ele não está numa posição mais alta.
As músicas que eu diria que se destacam aqui são "Thrice", "Wind of no Change", "Lilac", "Temporal", "Warden", "The Light Which I Bleed" e "In the Event of", porém, não diria que essas são as melhores músicas já feitas pela banda.
Número 8: Tonight's Decision

Tonight's Decision já ocupou o primeiro lugar no meu ranking no passado, mas minha opinião evoluiu à medida que fui explorando mais da discografia da banda. Lembro-me de uma noite em particular, voltando para casa após um pequeno churrasco na casa de um amigo. Fazia frio, estava escuro, e eu ouvia I Am Nothing e Had To (Leave) deste álbum pelos fones de ouvido. Foi naquele momento que Katatonia se tornou minha banda favorita.
A capa do álbum não chama muita atenção, mas o que realmente importa aqui é a música. Minhas músicas favoritas são For My Demons, I Am Nothing, Had To (Leave), This Punishment e Right Into the Bliss. Todas elas são profundamente emotivas, deprimentes e simplesmente incríveis.
Este álbum deixou de ser o meu favorito não por ser ruim, mas porque passei a apreciar ainda mais outros trabalhos da banda, os quais também vou explorar neste ranking.
Número 7: Discouraged Ones

Discouraged Ones, como o título sugere, é um dos álbuns mais deprimentes que já ouvi, talvez o mais deprimente de todos. Ele traz músicas como I Break, Deadhouse, Cold Ways, Gone e Saw You Drown, todas incríveis e inesquecíveis. Em termos de vocais e produção, o álbum não é tão grandioso, mas acredito que a forma como Jonas canta aqui, combinada com o som "cru" dos instrumentos, só melhora a atmosfera melancólica do disco.
A capa também é interessante. Durante muito tempo, achei que mostrava um homem de jaqueta com os braços abertos para o céu, mas, na verdade, é uma estátua de um anjo. Lotaram de efeitos essa imagem de uma forma que fica difícil discernir os detalhes, mas isso acaba combinando com a proposta do álbum.
É um dos trabalhos que mais gosto da banda, embora entenda por que muitas pessoas o consideram o mais fraco de sua discografia. A escuridão que está presente neste álbum, definitivamente, não é para todos.
Número 6: Brave Murder Day

Brave Murder Day foi o segundo álbum lançado pelo Katatonia e, sem dúvida, aquele sobre o qual minha opinião mais mudou. No início, não o achava tão bom, mas, com o tempo, ele acabou se tornando um dos meus favoritos. A capa é estranha. A princípio, pensei que fosse um desenho ou algo abstrato, mas depois percebi que se tratava da foto do esqueleto de um pássaro morto. Katatonia tem uma fascinação evidente por pássaros e corvos, não por acaso, 9 das capas dos álbuns deles incluem penas, asas, esqueletos de pássaros ou corvos propriamente ditos.
As melhores músicas deste álbum, na minha opinião, são Brave, Murder, Day (desmembraram o título do álbum), Rainroom e 12. Destaque especial para 12, que contém minha passagem favorita de guitarra na história da música, no trecho entre 3:47 e 4:17, caso você queira ouvir.
No geral, é um álbum de Death/Doom (o único desse estilo que a banda lançou) que cresceu muito em mim à medida que fui ouvindo mais vezes. Hoje, é um dos que mais aprecio na discografia do Katatonia.
Número 5: Dead End Kings

Dead End Kings foi o primeiro álbum do Katatonia que ouvi. Cheguei até ele por acaso, depois de ouvir Phanerozoic I: Palaeozoic da banda The Ocean, onde Katatonia está presente numa das músicas daquele álbum. Fui atraído inicialmente pela arte do álbum e, desde então, nunca mais parei de ouvir a banda. Além de contar com uma arte icônica, este é o primeiro álbum da década de 2010 em que o Katatonia experimentou mais com elementos de Rock Progressivo e Metal Progressivo.
As músicas que mais se destacam são The Parting, The One You Are Looking for Is Not Here, Hypnone, The Racing Heart, Ambitions, Lethean e The Act of Darkening. É, sem dúvida, um lançamento excepcional e que recomendo fortemente, especialmente se você pretende explorar a discografia completa da banda.
Número 4: City Burials

City Burials é mais um álbum do Katatonia que se destaca com uma capa lindíssima. Já ouvi pessoas descreverem a música da banda, especialmente neste álbum, como "músicas de um mundo deprimente". E, considerando que vivemos em um mundo deprimente, isso não deixa de ser uma descrição bastante válida. Neste lançamento, o Katatonia seguiu em uma direção mais voltada ao Post-Metal, gênero que já havia sido levemente explorado no álbum anterior desta lista e aprofundado no lançamento mais recente da banda.
As músicas que mais se destacam para mim são Heart Set to Divide, Behind the Blood, The Winter of Our Passing e City Glaciers. Todas são incríveis, mas, sem dúvida, a melhor do álbum é Vanishers. Nessa música, a banda ousou experimentar algo completamente diferente, e o resultado foi simplesmente espetacular e que recomendaria você ouvir independentemente se você quer ouvir o álbum inteiro ou não. No mínimo, você precisa ouvir Vanishers.
Número 3: The Fall of Hearts

The Fall of Hearts é, sem dúvida, o álbum mais progressivo que o Katatonia já lançou. Com este trabalho, a banda praticamente deixou de lado o Doom Metal, que sempre esteve presente na sua discografia, para se aventurar em um som mais voltado ao Metal Progressivo e ao Rock Progressivo. Como sou fã desses dois gêneros e admiro quando uma banda sai de sua zona de conforto para experimentar algo novo, gostei muito do resultado deste álbum.
Curiosamente, ele é o segundo álbum mais popular da banda, ficando atrás apenas de The Great Cold Distance. Isso é um tanto incomum para um álbum de Rock Progressivo vindo de uma banda de Metal (sim, escrevo isso enquanto penso em Opeth).
Entre as músicas que mais se destacam estão Takeover, Serein, Old Heart Falls, Serac e Shifts. Todas são incríveis e merecem ser ouvidas. Além disso, a capa deste álbum é, sem dúvida, uma das mais bonitas de toda a discografia do Katatonia.
Número 2: Sky Void of Stars

Sky Void of Stars é um dos álbuns mais recentes do Katatonia, lançado no ano de 2023. Agora que já se passou mais um ano desde que o ouvi pela primeira vez, posso dizer com confiança que minha opinião não está influenciada por 'recency bias'. Neste trabalho, a banda mergulhou ainda mais fundo no Post-Metal, gênero que começou a explorar em City Burials e Dead End Kings, e fez dele o foco principal das composições. Contudo, diferentemente do álbum anterior, The Fall of Hearts, aqui o Katatonia retorna ao som clássico de Doom Metal que marcou sua identidade.
Pessoalmente, não considero o Katatonia uma banda de Metal Gótico, apesar de algumas pessoas o categorizarem dessa forma. Para mim, Metal Gótico é algo mais alinhado a bandas como Type O Negative ou Cradle of Filth.
Além da arte da capa, que é absolutamente linda demais, este álbum traz músicas memoráveis e acessíveis como Austerity, Colossal Shade, Birds (finalmente uma música sobre pássaros!), Drab Moon e Atrium.
Katatonia é uma banda que evolui e se adapta ao longo do tempo. Os temas explorados na década de 1990 faziam sentido para aquele contexto da época (Black Metal e Death/Doom). Nos anos 2000, a banda avançou para temas mais relevantes para aquele período, e agora, mais uma vez, aborda questões contemporâneas e problemas que as pessoas enfrentam nos dias de hoje.
Katatonia é, sem dúvida, uma banda extraordinária.
Número 1: Last Fair Deal Gone Down

E chegamos ao 1º lugar: Last Fair Deal Gone Down. Para este ranking, estou considerando a edição deluxe do álbum, que inclui quatro músicas extras em comparação à versão original. A capa já entrega o tom geral: um ralo sujo, aparentemente com sangue e outras substâncias difíceis de identificar... absolutamente nojento, mas ao mesmo tempo, uma representação genial do som e das emoções presentes neste álbum.
Poderia listar todas as músicas, mas vou destacar minhas favoritas entre as favoritas: Dispossession, Chrome, We Must Bury You, Teargas, Passing Bird e Sweet Nurse. Se você curte o som de bandas como Linkin Park ou Evanescence dos anos 2000, provavelmente vai se encantar com este lançamento. Aqui, o Katatonia misturou o Doom Metal característico de seus álbuns anteriores com o Rock Alternativo dos anos 2000, e o resultado é simplesmente impecável.
É impressionante que este álbum não tenha alcançado a popularidade de trabalhos como Fallen ou outros similares da época, não consigo entender o porquê. Para mim, Last Fair Deal Gone Down é o melhor álbum do Katatonia e um dos melhores álbuns de todos os tempos.
Se existe um álbum do Katatonia que você precisa ouvir, independente de você gostar de Metal ou não, é este aqui.
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